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domingo, 23 de maio de 2010

Buscando a Fama no Mundo da Música

Quem não sonha em ter 15 minutos de fama, aparecer na TV divulgando seu trabalho e ser reconhecido mundialmente? Esse caminho na maioria das vezes é árduo, difícil e muitas vezes impossível de acontecer. Mas sempre há pessoas capazes de seguir com suor e luta para chegar ao tão esperado reconhecimento. O grupo de pagode Nossa Onda e a banda de Pop Rock, Kbyte, são exemplos dessa jornada.

Kbyte é formado por quatro jovens: Julies (vocal), K-Doo (guitarra), Ruan (baixo), Caíque (bateria). A banda com estilo pop rock que se formou motivada pela nova geração musical no Brasil, está na estrada desde 2008 tocando em diversas baladas e festivais.

Para o vocalista Julies, o mercado está aberto para receber todos os tipos de bandas “Apareceram muitas bandas só no final de 2009 e começo de 2010, como Hevo 84, Restart, Replace, Cine, Hori. Em menos de um ano apareceram mais bandas que de 2006 até 2009 onde o cenário se baseava só a NX Zero e Fresno como bandas novas, eles foram os precursores desses aparecimentos, e quanto mais o mercado estiver aquecido, melhor para quem já tem uma formação de banda”.

O Grupo de pagode Nossa Onda, formada por Binho (percussão), Du (voz), Marcelinho (voz e Percussão), Tom (Percussão), Ricardo (Cavaco), nasceu de uma brincadeira que acontecia aos domingos para reunir os amigos no Bairro do Limão. “Cerca de 250 pessoas nos acompanhavam fielmente todos os domingos, foi assim nosso começo”, diz o vocalista Du.

A 1º oportunidade de gravar veio em 2004, uma produção independente que ficou a cargo do Pezinho, conceituado compositor e que começava ali sua caminhada como Produtor. Em novembro de 2007, o Grupo lançou seu 1º trabalho com a gravadora Zâmbia Fonográfica. Pra Gente Ficar Numa Boa, deu o nome ao CD e foi à música carro chefe de divulgação, alcançando os primeiros lugares entre as mais pedidas nas FM´s de São Paulo, motivo de muita alegria para o Grupo. Segundo Binho “a produção deste trabalho ficou com Bira Haway, um dos maiores produtores do Brasil que abrilhantou ainda mais nosso trabalho”. Hoje o grupo Nossa Onda viaja por todo Brasil e suas músicas tocam em todas as rádios do país.

Infelizmente hoje ainda existem pessoas com uma visão preconceituosa referente a quem tem um sonho de formar uma banda. Para muitos esse fator é considerado “modinha”. Segundo Caíque, o baterista do Kbyte, “o surgimento de várias bandas em menos de um ano facilitou a entrada de outras no mundo fonográfico, porque viram que dá para fazer acontecer”.

Para Arthur Joly, músico, produtor e fundador da gravadora Reco-Head Records, a facilidade de se tornar reconhecido hoje se deu graças à internet que é uma porta de entrada como myspace, facebook, twitter, sites de relacionamento em geral, o que garante expor músicas facilmente. “Antigamente você dependia de uma extrutura baseada somente nos rádios e gravadoras e das indústrias fonográficas, moldes que até um tempo atrás era restrito.Hoje é mais fácil tentar ser famoso, mais isso não quer dizer que seja mais fácil ser um, pois é preciso fazer com que seu trabalho, sua figura qualquer coisa seja assistida e ouvida por muita gente independente de qualquer maneira”.

Márcio da Silva Barbosa, 42 anos, é produtor musical da Leci Brandão, Jorge Aragão e Grupo Quesito Melodia, já trabalhou com Arlindo Cruz e Sombrinha, Revelação e outros. Sua preferência é de trabalhar com artistas que já são famosos ,” a estrutura é bem melhor, você chega para o show e já tem camarim e som montado, fica tudo mais fácil. O artista que não é famoso é muito mais humilde, ele chega, cumprimenta todos e toca de tudo, ele quer aparecer. O famoso não, ele já tem nome, atende poucos fãs e toca poucas músicas”.

Segundo Márcio trabalhar com quem não é famoso tem um lado complicado, pois ele procura espaço no meio artístico. Pois o artista precisa participar de programas de rádio e de televisão, fazer o nome dele. Em todo começo de carreira, o que mais tem são shows em locais pequenos e desconhecidos. “Para chegar ao auge, o artista tem que construir sua carreira tijolo por tijolo. Isso pode demorar anos. Geralmente o produtor cresce junto com o artista e quando a fama chega o cantor leva com ele quem sempre o ajudou” finaliza Márcio.

Muitas vezes o fato de se ter banda pode fazer com que muitas pessoas se iludam com esse mundo novo com tantas modificações. Para o Ruan, baixista da banda Kbyte, são coisas que acontecem com todos. “A busca pela fama é muito difícil sim, ilude muito a meninada que está começando, já passamos por isso. No começo é só mar de rosas, você fala tenho uma banda e num sei o que, ai se você não era ninguém, você passa a ser reconhecido no colégio, as meninas vêm mais fácil, ai com alguns meses de banda a galera já pergunta se vai lançar CD. Já vimos muita gente falar que ia lançar o CD, que estavam conversando com gravadoras e isso nos primeiros meses de banda, só para impressionar os amigos e as meninas que querendo ou não ficam sempre em cima. Você acaba vivendo uma mentira tão bem contada, que passa a acreditar nessa "nova realidade", tem que ter cabeça pra se manter se não você começa um nada e termina um nada”.

Hoje muitas pessoas não conseguem se manter na mídia, por pensarem que são reconhecidas jamais sairão desse meio. Para Arthur Joly não é bem assim: “A fama é uma consequência, não é um objetivo, é conquistada ao longo do tempo e hoje talvez os artistas que se encontram nesse caminho, tenham a melhor ferramenta e a melhor oportunidade de fazer isso acontecer devagar. Tem que ir aos poucos e se conseguir fazer uma carreira com os pés no chão, aí sim, será um artista famoso que vai durar anos, agora aquele que aparece de um dia para outro, uma música explode e ele se acha o rei pode ter a certeza que essa carreira está escalada para o fracasso”.

O guitarrista, K-Doo, deixa um recado para quem quer seguir essa carreira. “Para montar uma banda não tem erro, é juntar um bateria, baixo, guitarra e vocal. Mas se quiser fazer uma coisa bem feita e quiser viver disso, o caminho é longo. Tem que ensaiar muito, e o principal, se dedicar, fazer acontecer, tem que ter uma química entre a banda toda, todos têm que ter vontade de fazer acontecer, se um não estiver botando muita fé, esquece. Ou é todo mundo, ou não é ninguém. E o segundo passo é investir, não tem como sair da garagem sem investir em gravação, equipamentos, roupas. Não existe isso de gravadora ligar e perguntar se quer fechar contrato, isso é imaginação. Tem que investir mesmo, guardar o dinheiro do lanche pra pagar estúdio, virar a noite compondo, horas de ensaio para uma música. É difícil, mas é muito gostoso e recompensador pisar no palco e vê seu trabalho sendo reconhecido, ver aquela galera cantando seu som, não tem preço”.

A diferença hoje de ser reconhecido, vai muito além de ter talento e força de vontade, o que irá se tornar o diferencial é a possibilidade de expor ao grande público “Podemos ser famosos no mundo inteiro partindo do myspace e de um dia para outro cair nas graças de sair em um blog ou em um programa de TV, isso hoje em dia pode acontecer a qualquer momento. O artista tem que saber a facilidade que a internet pode trazer para sua carreira, como atingir o público, tem que saber o que acontece, porque hoje em dia a mídia não existe mais, pois ninguêm mais compra um CD, as pessoas ouvem as músicas que curtem nos Ipods, Internet e vão enjuar rápido dessa música, então tem que ser muito esperto e rápido para colher aquele consumidor naquele momento” conclui Arthur Joly.


(por Talita Santos)


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